terça-feira, 12 de junho de 2007

Metamorfoses de Ovídio

Tiziano, Dânae - uma das inúmeras pinturas inspiradas nas Metamorfoses.

Publius Ovidius Naso, poeta latino nasceu em 20 de março de 43a.C. em Sulmo, atual Sulmona, em Abruzos, Itália. Vivia uma vida boêmia, sendo admirado como um grande poeta. No ano 8, foi banido de Roma pelo imperador Augusto, por causa de seu livro A Arte de Amar (Ars Amatoria), considerada imoral por Otávio Augusto, o que lhe causou um profundo desgosto até o final de sua vida.

No ano 14 escreveu em hexâmetro dactílico, métrica comum aos poemas épicos de Homero e Virgílio, a sua obra mais famosa: Metamorfoses (Metamorphoses), onde a criação e história do mundo são transcritas segundo o ponto de vista da mitologia greco-romana. A obra descreve as transformações encontradas nos mitos, onde com grande freqüência pessoas ou seres míticos são transmutados em animais ou plantas.


Ovídio faleceu no ano 17 em Tomis, atual Constanta, na Rômênia. Influenciou com seus versos, cheios de suavidade e harmonia, autores tão diversos como Dante, Milton e Shakespeare e exerceu grande influência na revitalização da poesia bucólica e mitológica do Renascimento.[1]
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"Tempus edax rerum tuque, invidiosa vetustas, omnia destruitis vitiataque dentibus aevi paulatim lenta consumitis omnia morte"
Ovídio, Metamorfoses

O trecho acima pode ser traduzido da seguinte maneira: “O tempo, que tudo devora, e tu, invejosa velhice, vós tudo destruís, e tudo que foi afetado pelo passar dos anos, consumis, pouco a pouco, pela morte”. Esta passagem transmite a consciência humana do tempo e a certeza da morte individual, consciência que, com a transformação ininterrupta do mundo natural, é apaziguada por Ovídio: “Coisa alguma conserva sempre a mesma aparência, e a natureza renovadora encontra outras formas nas formas das coisas. Nada morre, acreditai-me, no vasto mundo, mas tudo assume aspectos novos e variados”

Segundo Italo Calvino, As Metamorfoses remete a uma "contigüidade universal", lembrando que "estamos em um universo em que as formas preenchem densamente o espaço trocando de modo contínuo qualidades e dimensões, e o fluir do tempo é ocupado por uma proliferação de contos e de ciclos de contos".



[1] pt.wikipedia.org

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